Ninguém segura esse bebê

É verdade, ninguém mais me segura. Quer dizer, até que tentam, mas eu dou uma surra em todo mundo. Estou com a corda toda. Aprendi de vez a engatinhar e já ganhei autonomia. Vivo de lá para cá, e chego rapidinho em qualquer lugar. Infelizmente, tem sempre uma mala atrás de mim, controlando meus passos, mas suspeito que seja para o meu bem, já que ainda não tenho limites para a minha curiosidade.

Minha atividade preferida é engatinhar até a estante de livros, pegar as obras e jogá-las no chão. Acabo fazendo uma montanha de livros sob os meus pés e, esperto que sou, a uso para subir ainda mais alto.

O próximo passo é andar. Já fico de pé no sofá, segurando nele, e sempre que dou uma chegadinha no rack da sala faço a mesma coisa: fico de pé segurando as beiradas dele e ainda aproveito para abrir a gaveta de DVDs e jogá-los todos no chão. É muito divertido. Mais ainda porque aproveito para dar uma bisbilhotada na cara da mamãe, do papai, da vovó, da tia Lu ou de qualquer pessoa que esteja por perto. Não sei por que, mas fica todo mundo meio apavorado.

Eu, hein! Até parece que eu não sei cuidar de mim mesmo.
Ah, mamãe pediu pra contar que eu já consegui dizer "mamá". Tadinha, está crente que eu estou chamando por ela, mas o que me faz falta mesmo é o peito. Mamá, sacaram?